20 - Pe. José Amaral Mendonça. Natural do Cabeço Chão - Bandeiras, onde nasceu a 16 de Abril de 1884, paroquiou na Luz, Graciosa, em Santa Bárbara das Ribeiras e, finalmente, em S. Luzia do Pico, donde se retirou por motivo de doença, para a freguesia natal, falecendo em 29 de Setembro de 1962. “Pobre e humilde, sem nunca ter tido assento em pólos de destaque, civis ou eclesiásticos – vivendo horas dramáticas com os seus paroquianos soube sempre estar ao lado deles na compreensão, ampará-los nas frustrações, lutando e vencendo ao travar a dura batalha pela promoção dos seus valores éticos e sociais.” Calejou as mãos nos trabalhos de pedreiro, ajudando os paroquianos a restaurar as suas casas ou a construir novas para os casais que se formavam (Pe. José Idalmiro A. Ferreira, in “Esta Terra Esta Gente!”). Razões de sobra teve a Câmara Municipal de S. Roque em colocar no Largo entre à Igreja de S. Luzia uma placa assinalando nome de tão prestigiosa personalidade: “Largo Pe. José Medeiros Mendonça – 450º Aniversário do Concelho de S. Roque do Pico – 29-6-1992”. Na mesma data outra placa foi inaugurada no muro do adro da Igreja onde se lê: “Passou fazendo o Bem. Ao Pe. José Medeiros Mendonça, Pároco 1920 – 1960 – Memória do seu Povo – 29-6-1992” .
21 – João Bento de Lima. Foi um dos políticos mais sagazes que houve na Ilha do Pico, antes do 28 de Maio. Funcionário Municipal , donde retirava a subsistência, era o chefe político do concelho que mais adeptos contava, pela maneira como a todos tratava e servia. Toda a ilha conhecia o sr. João Bento de Lima e a ele recorria, principalmente quando tinha qualquer causa pendente no tribunal da comarca. Por essa razão a Câmara Municipal colocou à entrada do adro que dá acesso ao convento franciscano do Cais do Pico, onde então funcionavam o Tribunal, a Câmara Municipal e as demais repartições públicas, um plinto com o medalhão de João Bento de Lima, em homenagem ao prestante cidadão. A placa diz: “João Bento de Lima – Homenagem dos Picoenses – Nasceu a 13-12–1859. Faleceu a 11–7-1917 – Inaugurada a 1- 1- 1933”.
22 – Dr. Manuel José da Silva - Nascido nos Estados Unidos da América do Norte, onde estavam imigrados os Pais, no ano de 1892, tinha ele dois anos quando veio com os pais para S. Miguel Arcanjo, da freguesia e concelho de S. Roque do Pico, donde eram naturais os progenitores. Feita a escola primária a seguir frequentou os liceus da Horta e de Ponta Delgada. Concluído o curso liceal, matriculou-se na faculdade de medicina na Universidade de Coimbra, frequentando Simultaneamente os cursos de Filosofia e de Direito. (Esta Terra –Esta Gente). Ainda não havia concluído o curso universitário e é convidado para Deputado por Oliveira de Azeméis. Nunca mais abandonou a Política. Foi incansável na defesa dos interesses das ilhas açorianas, tendo conseguido alguns serviços e melhoramentos, muito embora fosse curto o seu mandato, pois, com a Revolução de 28 de Maio, teve de afastar-se da política, fixando residência na Horta, depois de ter passado, com outros companheiros faialenses, alguns meses como deportado em Angra. Faleceu, de doença que não perdoa, na sua casa da Horta a 7 de Maio de 1935. Em 21 de Setembro de 1993 a população de São Miguel Arcanjo prestou-lhe condigna homenagem, descerrando, em pedestal de basalto, uma placa em bronze, onde se lê: Homenagem ao seu muito ilustre conterrâneo, o Doutor Manuel José da Silva. Do povo de São Miguel Arcanjo. Á cerimónia da inauguração, além de muitos picoenses, compareceu a Família do homenageado.
23 – Dr. José Machado Serpa - Nasceu na freguesia da Prainha do Norte a 9 de Março de 1864 e faleceu na Horta, onde residia, a 20 de Dezembro de 1945, aos 81 anos de idade. Conheci-o e com ele estive algumas vezes na Redacção do “Correio da Horta”, onde ia muitas manhãs para se encontrar com o jornalista Raul Xavier. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e iniciou a sua actividade como subdelegado do Procurador da Republica no Tribunal da Boa Hora. Depois foi Conservador do Registo Predial na Ribeira Grande. Informa o escritor Manuel Greaves ( “In Memoriam “ -1948): Em 1888 iniciou e redigiu um semanário político, Folha Insulana . Em Coimbra, em 1886, publicou um opúsculo sobre A Indústria piscatória nas ilhas do Faial e Pico. Quando estava de Conservador do Registo Predial da Ribeira Grande, publicou Monografia do concelho do Nordeste. Quando faleceu estava a publicar em jornais da terra um estudo – A fala das nossas gentes. Este trabalho já se encontra publicado em livro. E diz ainda Manuel Greaves: “Machado Serpa foi uma das mais distintas figuras que passou pelos Açores.” Foi eleito Senador e deixou de exercer as funções judiciais. Com a implantação da República foi nomeado Governador Civil da Horta. Foi uma Figura notável e um humorista de grande verve, criando simpatia por onde passava. Defendeu sempre os interesses do Distrito com grande paixão. Deixou a política com o 28 de Maio e passou a residir na sua casa da Horta, conservando porém todos os haveres herdados dos Pais. Na casa onde nasceu, na Prainha, foi descerrada uma placa, em bronze, que lá se conserva, e que diz: Nesta casa nasceu a 9-3-1864 o ilustre Senador e Magistrado Dr. José Machado Serpa – Homenagem da Prainha do Norte . 15 de Agosto de 1988.
Voltar para Crónicas e Artigos |